Regulamentação da pesca lúdica I


A pesca lúdica enferma de várias vicissitudes e omissões que era importante, mas não urgente, regulamentar para garantir a sustentabilidade dos recursos e prevenir a concorrência desleal com os profissionais, bem como a fuga aos impostos.

Em termos de sustentabilidade, os problemas que se me afiguram mais óbvios são o da impermeabilização da orla marítima e o da pesca desenfreada à margem da lei. A impermeabilização é devida a uma camada de lamas provenientes dos entulhos das obras da “Madeira Nova” lançados à água durante 40 anos sem qualquer tipo de cuidado ou de fiscalização. As lamas “entopem” o calhau impedindo que os alevins se refugiem para poderem crescer e garantir a renovação de gerações e a sustentabilidade das espécies.

Aliado a este fator estabeleceu-se por toda a ilha um tipo de pesca praticada por um conjunto de indivíduos sem escrúpulos que utilizando técnicas de pesca agressivas, como o “jigging vertical” (“jiga” ou zagaia), sistematicamente, dia após dia, se dedicam à captura de dezenas e centenas de quilos de espécies, geralmente reprodutores e predadores de topo da cadeia ecológica, como os grandes pargos e charuteiros que posteriormente são comercializadas à “surrelfa” no circuito dos restaurantes sem qualquer controlo e sem que paguem qualquer imposto.

Caça Submarina: Fevereiro



Em plena restrição da pesca lúdica apeada à captura de sargos através da utilização de cana e existindo condições iniciais para efectuar a primeira investida de caça submarina do ano, fui efectuar a primeira investido "under water" tendo pré concebido para este mergulho a captura de alguns sargos e meia dúzia de navalheiras, mas sobretudo para avaliação e prospecção dos fundos da zona que iria bater.

A entrada numa zona de alguma turbidez, ou seja a existência de partículas em suspensão na água, sendo um dos parâmetros que determina a transparência da agua pela entrada de luz que proporciona uma melhor visibilidade, ultrapassando essa primeira zona encontro uma área, que normalmente serve de abrigo para sargos, completamente assoreada, mais ou menos com dois metros de substrato.

Spinning: Fevereiro


Aproveitando as condições ideais para lançar uns artificiais entre estes dias que nos vão brindando com um defeso natural das espécies, através de ondulação e ventos fortes, resolvemos ir explorar uma zona que já há algum tempo que não frequentava, numa primeira analise algumas das condicionantes submersas da morfologia do local tinham sido alteradas ou mudadas de local pela acção da ondulação e força das marés, teríamos de escolher os melhores locais pela avaliação das melhores condições para o trabalhar dos artificiais.

A maré já estava na ultima hora de baixa mar, pela experiência não seria muito bom, mas fixamos-nos em dois pontos e fomos lançando e explorando as zonas na esperança de que algum robalo por lá andasse. 

Defeso da Navalheira e Santola

 
 

Artigo 10.º - Medidas de gestão

1 — Os períodos de interdição de apanha, por motivos biológicos, relativamente a algumas espécies animais marinhas que podem ser objecto de apanha, constam do anexo II ao presente Regulamento.

Defeso por espécies e períodos de interdição

Portaria nº 1228/2010 - DGRM


Pesca à bóia

Pescar à bóia

A utilização das bóias de correr, como o próprio nome indica, permite-nos desenvolver uma técnica com o princípio da utilização de uma montagem acima do normal, sendo estabelecido como normal a medida do comprimento total da cana que estamos a utilizar. 

Esta vertente tem como finalidade a prospecção de locais de alguma profundidade considerável onde poderá estar uma das nossas espécies alvo, estes locais podem ter toda a tipologia de substrato, areia, rocha, fundo misto, seixos ou simplesmente estruturas rochosas submersas, pois através desta técnica, por exemplo com uma bóia colocada a duas ou três vezes a altura da cana, a mesma não estando fixa, devemos colocar por cima da mesma uma pequena missanga que servirá de "stopper" não irá permitir que a bóia ultrapasse o nó de travamento colocado na madre principal à distância/profundidade que pretendemos que a montagem trabalhe.

Dicas: Spinning II


  • Devemos efectuar a leitura dos pesqueiros, principalmente nas zonas anterior à fase do rebentamento das ondas, podem ser avistadas por vezes nessas zonas, movimentações da nossa espécie alvo.
  • Os anzóis triplos devem manter-se afiados e em perfeitas condições (ausência de ferrugem, pois a mesma provoca danos na resistência dos curvos do anzol, provocando a abertura ou quebra do triplo). Um alto nível de penetração nas mandíbulas fará a diferença caso se ferre um bom exemplar.
  • Nas zonas escolhidas para as jornadas, devemos ter em conta a capacidade de prospecção com o auxilio do artificial de várias zonas, por exemplo em sistema de leque.

Defeso ou Restrição



Nos termos do nº 4 do artigo 10º da Portaria nº 14/2014, de 23 de janeiro:

Está interdita a captura de sargos e safias, Diplodus sargus e Diplodus vulgaris, entre 1 de Fevereiro e 15 de Março, na área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), aos titulares de licença de pesca lúdica apeada dado que, através da Portaria n.º 115-B/2011, de 24 de março, a mesma medida se encontra em vigor para a pesca profissional. 

Salienta-se que esta medida não se aplica à pesca lúdica embarcada nem à pesca lúdica submarina;


Fonte: DGRM e DRE

Vandalismo e corridas na gravilha atrasam obras na praia do Malhão


Roubo de sinais de trânsito, destruição de pinos e degradação do piso prejudicam projeto anti-erosão

Era apontada pelo projeto Polis do Litoral Sudoeste (PLS) como uma intervenção inovadora nas praias portuguesas e uma solução para a erosão daquela costa. A verdade é que ainda antes da conclusão das obras no parque de estacionamento na praia do Malhão, em Odemira, já o pavimento e balizadores de plástico reciclado foram destruídos e os sinais de trânsito roubados. Apesar deste revés, os responsáveis garantem que a requalificação termina até à próxima época balnear.

A gestão do Polis já perdeu a paciência e há cerca de um mês apresentou queixa na GNR para tentar travar a destruição no Malhão, intervenção orçada em 1,2 milhões de euros. Mas nem as autoridades têm conseguido impedir que, por exemplo, alguns "aceleras" ali se desloquem durante a noite com viaturas todo-o-terreno para radicais gincanas. "Têm dado cabo disto", lamenta João Alves, administrador do PLS, justificando que este género de pavimento está preparado para suportar viaturas que circulem a 20 ou 30 quilómetros por hora.