Caminhar sobre as águas

Foto: Carlos Lázaro

Caminhar sobre as águas num mar de ardência, flutuando levemente sem sentir...
Insustentável é o meu fardo por não poder aguentar...
Tamanho sofrimento por não conseguir caminhar...
Desejei um dia um mar doirado refulgente de peixes onde numa barca todos pudéssemos pescar, horas num espaço onde o tempo parece não contar...
Como frágil e fútil o fui, pensando que podia embarcar, se ainda não estou preparado para caminhar...
Talvez...
Um dia...

António Simões

"Dicentrarchus Labrax Sensorialis"


O robalo (Dicentrarchus Labrax), é sem duvida a espécie magnifica, pelo seu comportamento, agressividade, reprodução, astucia, inteligência, etc, qualidades não lhe faltam para que vejamos nele o "Rei" da nossa costa, sem desprimor para as outras espécies como é óbvio, mas a realidade é que nos deparamos com um grande lutador, caçador e predador.



O Robalo é um predador activo que por norma persegue a presa, calcula a energia que poderá despender nessa perseguição, e para minimizar perdas de energia em vão, opta por caçar emboscado ou em locais que a turbulência das águas diminuem a capacidade de fuga de pequenos peixes, moluscos ou crustáceos, como não é portador de dentição engole esses alimentos vivos e inteiros pois possui um apetite extremamente voraz, mas tudo isso deve-se à eficácia dos seus órgãos sensoriais, visão, olfacto e audição.




Poderemos apelida-lo de "Sniper furtivo", pois caça emboscado sobre pedras ou lajões em zonas de rebentação onde a sua visão, linha lateral sensorial, ouvido interno e olfacto são tão poderosos que se sobrepõem-se a qualquer espécie, daí o espectacular predador que é.

Sargos com artificiais


A prova esta dada, o meu amigo Carlos Lázaro provou a "artificial fever" e já não quer outra coisa, para alem de todos os fins de semana capturar um labrax ou vários, agora teve a felicidade de capturar um sargo com uma Angel Kiss pela boca, tal não é o apetite voraz do diplodus para se atirar a uma artificial com 14 cm, em termos de comparação o exemplar teria aproximadamente 30 cm.

Ainda pensamos em aperfeiçoar as iscas dando-lhe um aspecto mais ou menos cómodo para a pequena boca dos sargos, enfim, as teorias vão caindo pelas praticas que mais ou menos vão acontecendo ao longo das nossas jornadas.

De salientar o facto de um "velho" lobo do mar que se encontrava à maré ter ficado bastante surpreso com o que viu, pois presenciou a captura e esclareceu que se não tivesse visto jamais teria acreditado pois foi a primeira vez...

O mar, a fauna e a flora é de facto algo que esta em constante transformação e não para de nos surpreender.

Farol do Cabo Sardão

(Fernando Encarnação)

O farol do Cabo Sardão fazia já parte das propostas incluídas no projecto de Pereira da Silva, datado de 1866, dividindo este cabo em duas partes iguaes a distancia que vai do Cabo de Sines ao Cabo de São Vicente (54 milhas), muito convem estabelecer ali um farol de 3ª ordem, que é suficiente para esclarecer esta parte da costa.

Tomando em consideração esta necessidade, o Plano Geral de Alumiamento e Balizagem aprovado em 1883, propunha a instalação, no Cabo Sardão de um farol de 2ª ordem, de luz distribuída em grupos de 2 clarões, sendo um branco e outro vermelho.

A Comissão de Faróis e Balizas orçamentara o projecto em 26.000$00, correspondendo 11.000$00 ao aparelho e lanterna e 15.000$00 ao edifício.

O farol, contudo não chegaria a ser edificado a não ser depois da entrada em funcionamento da Comissão nomeada em 1902 que se pronunciou sobre ele da seguinte forma: Cabo Sardão – quer seja ou não transformado o farol do Cabo de Sines, que o Plano Geral indica como um dos indigitados para ser transformado, a comissão propõe para o Cabo Sardão, um aparelho de 3ª ordem, modelo pequeno, mostrando clarões brancos equidistantes de 10 em 10 segundos.


Preço vinte e cinco mil e duzentos e cincoenta francos. Acta nº 4 de 07/07/1903.

A memória descritiva e justificativa para a edificação do farol, acabaria por só ser elaborada em 1912, sendo o orçamento de 29.000,00 reis.

Assim, reza o Aviso aos Navegantes n.º 2, de 07/03/1915.

A partir de 15 de Abril do corrente, começará a funcionar a luz do farol, situado na Ponta do Cavaleiro ou Cabo Sardão. O aparelho iluminante, que é de 3ª ordem, modelo grande, está montado sobre uma tôrre quadrada, de cantaria e azulejo branco, com 8,90 m d’altura, a qual fica situada a meio das habitações dos faroleiros.

A luz é branca, de grupos de 3 clarões de 15 em 15 segundos, com um alcance luminoso de 29 milhas, sendo a fonte luminosa a incandescência pelo vapor de petróleo. A rotação da óptica era produzida pela máquina de relojoaria. A torre do farol tem 17 metros de altura e 68 metros de altitude.

Em 1950, o farol foi electrificado com montagem de grupos electrogéneos. A fonte luminosa passou a ser uma lâmpada de 3000 watts.

Até aos anos cinquenta, o serviço de entrega e recepção de correio do farol era feito por uma estafeta, cujo vencimento era de 200$00 mensais, destinado a retribuir «16 viagens por mês, a pé, de mais de 20 quilómetros cada, e por péssimo caminho, parte dele quase intransitável no inverno», viria pouco mais tarde a ser aumentada para 300$00.

O farol foi ligado à rede eléctrica de distribuição pública em 1984. A potência da fonte luminosa foi reduzida, sendo instalada uma lâmpada de 1000 watts.

Nos anos oitenta, o farol foi automatizado, estando agora dotado de redundâncias de todos os seus sistemas, garantindo uma total disponibilidade para os navegantes. Em 1999 foram feitas grandes obras de remodelação em todos os edifícios.

Local:

Cabo Sardão

Altura: 17 m
Altitude: 68 m
Luz: Fl (3) W 15 s
Alcance: 23 M
Óptica: 3ª Ordem - 500 mm
Ano: 1915

Fonte: Revista da Armada

Semana Gastronómica dos Moluscos - Odemira - 17 a 23 de Março


SEMANA GASTRONÓMICA DOS MOLUSCOS NO CONCELHO DE ODEMIRA

O Município de Odemira promove, entre os dias 17 e 23 de Março, a Semana Gastronómica dos Moluscos, no âmbito da Feira do Turismo.

Vários restaurantes do concelho apresentam nesta semana petiscos à base de vários moluscos, desde o polvo e lulas, até às amêijoas. Com a Semana Gastronómica dos Moluscos pretende-se incentivar o consumo e a utilização gastronómica destes produtos do mar, contribuindo assim para um enriquecimento da gastronomia local.

Fique atento, pois os restaurantes aderentes serão identificados com sinal ética relacionada com a
Semana Gastronómica dos Moluscos.

Para mais informações contactar o Município de Odemira;

Telefone: 283 320 900;
E-mail: geral@cm-odemira.pt
www.cm-odemira.pt)

SEGURANÇA - Reflexão

Este texto tem o intuito de provocar uma sensibilização e consciência no seio dos amantes desta modalidade, frequentadores de zonas que por um ou outro motivo nos poderão colocar a integridade física em risco.

A procura de condições favoráveis à pratica da pesca costeira, e consequentes capturas é por vezes meio caminho para um risco desnecessário.
Contudo uma boa analise das condições atmosféricas, do estado do mar e dos possíveis riscos ou factores de risco é essencial para evitarmos colocar em risco a nossa integridade física.

Todos os anos ocorrem acidentes no mar, que infelizmente em alguns casos até se verificam perdas de vidas humanas, na maioria dos casos por quedas, descuidos, não observarmos o mar correctamente e ele nos surpreender, etc.


MAR E ONDULAÇÃO:

Nos últimos anos com a crescente adesão à pesca lúdica que grande parte das massas humanas que o por paixão, divertimento, companhia, escape ao stress do dia-a-dia convívio, contacto com a natureza, temos notado, principalmente nos meses de Inverno, um crescente aumento de perdas de vidas humanas, sobretudo devido as quedas, aproximações das linhas de água, isto é, locais onde o mar pode chegar com extrema facilidade, os chamados enchidos ou ondas de energia, pela formação e força das mesmas, dificilmente as podemos prever, uma vez que aparecem quase do nada e se formam bem próximo da costa ou em locais com pouca profundidade.

Quando o mar se encontra falso, geralmente no período Outono/Inverno, se tivermos o cuidado de observarmos o mar durante 15 a 20 minutos conseguimos rapidamente avaliar o seu grau de estabilidade, observando os “setes” (nome dado à cadencia das ondas formadas por grupos de 7, seguídas de uma curta paragem, algum cuidado especial deveremos ter pois estes “setes” podem ser compostos por mais ou menos ondas que o 7, dependendo muito do estado do mar, mas normalmente são compostas por 7), é fácil observarmos esse factor, quase ao primeiro olhar, basta que num mar com alguma acalmia observemos linhas paralelas à linha de costa ou a pedras ilhadas, se essa linha existir, não devemos facilitar mesmo nada, ou escolhermos pesqueiros com alguma segurança (acima do nível do mar), nunca devemos menosprezar estes mares pois estamos de frente ás condições de mar que mais acidentes nos podem causar. Quer por tentativa de observarmos uma onda a aproximar-se de nós, não conseguirmos fugir ou escorregarmos, podemos ser levados de uma pedra que até achávamos que nos dava segurança, mas tal não se verificou, ou nunca deveremos virar as costas ao mar, pois nunca sabemos o que se pode estar a aproximar, e qualquer massa de água que nos chegue aos joelhos derruba qualquer homem. Cair na areia da praia quando estamos a tomar banho no verão é uma coisa, mas cair com força de mar numa falésia ou rocha é outra completamente diferente.


CORDAS:

A utilização de uma corda pode parecer uma forma de incentivo ao perigo, mas não o é quando a mesma for utilizada por pescadores mais afoitos e conscientes que a utilizam como meio de apoio de segurança, se bem que por vezes as utilizam para se deslocarem a locais de difícil acessibilidade, escarpas ou falésias altas onde de mais nenhuma forma podem ser alcançadas, a titulo de curiosidade poucos acidentes ocorrem nestes casos, por um lado, já que é uma prática que nem qualquer pessoa a faz, por outro lado, quando ocorrem alguns acidentes são derivados à queda de pedras só pelo simples facto da corda roçar pela falésia provoca a queda de pequenas pedras, que mesmo pequenas podem causar ferimentos graves e bastante sérios se nos acertarem na cabeça (parte que fica à mercê) para salvaguardarmos este ponto poderemos arranjar um capacete de uma motorizada ou adquiri um numa loja de desportos radicais. Uma realidade mais que certa é que mesmo com o auxilio de corda, cabo, capacete, o perigo e o risco continuam lá, mas este equipamento salvaguarda e é uma mais valia em termos de segurança quando devidamente e correctamente utilizado.

Por outro lado a corda pode servir para nos auxiliar a passar o material para locais de difícil passagem de forma a deixar-nos as mãos libertas de objectos para melhor escalarmos ou descermos essas mesmas zonas, essa mesma finalidade poderá ser vista também em situações de zonas de pedras soltas ou descida de arriba, pois já nos salvaguarda e auxilia bastante em termos de segurança extra.

Deveremos sempre ter um especial cuidado na fixação da corda ou cabo, já que deverá ser obrigatoriamente um local que consiga suportar no mínimo o nosso peso, de que vale a corda se em caso de necessário apoio forçado da mesma unicamente ela não aguente no local onde foi fixada?

Um factor de risco é também utilizarmos por exemplo um balde e uma corda ou cabo a uns 7 metros do nível do mar para retirarmos agua do mar para fazer engodo, lavar as mãos ou simplesmente colocar o peixe, já que com a força que a ondulação exerce sobre o balde podemos perder o equilíbrio e cairmos ao mar.


VESTUÁRIO:

Quer de Inverno ou Verão deveremos ter sempre peças de vestuário que nos auxiliem na mobilidade de movimentos. No Inverno deveremos ter sempre em conta o correcto vestuário para uma jornada de pesca.
Utilizo já há alguns anos as calças em neopreme (material de que é concebido os fatos de mergulho e caça submarina) de 5 mm de fatos de mergulho, porque vi nelas uma mais valia em termos de conservação e manutenção da temperatura do corpo em dias mais frios ou chuvosos, permitindo andar molhado sem qualquer problema, em caso de escorregarmos ou batermos com as pernas nas pedras ou marisco numa pequena queda os 5 mm de neopreme funcionam como anti choque ou amortecedor, minimizando bastante qualquer tipo de dano superficial, com excepção de lesões provocadas por bicos de ouriço.
Em caso de queda ao mar acidental estamos salvaguardados pela “quase total” protecção física do corpo pelo fato de neopreme, em termos de protecção ao frio quando falamos em mobilidade não encontramos melhor, á excepção de um banho na praia em pleno verão.
Por outro lado em termos de queda acidental ao mar, por exemplo com uma blusa de malha ou casaco vestido, calças de ganga, essa mesma roupa vai-nos causar uma dificuldade acrescida em termos de segurança, uma vez que essa mesma roupa vai causar um peso adicional que nos vai literalmente puxar para o fundo, se não nos libertarmos dela o mais rapidamente possível, irá nos agravar a flutuabilidade na água, tirar a calma e a liberdade de movimentos, por exemplo para sermos socorridos ou tentarmo-nos salvar.


CALÇADO:

É sem duvida uma das partes mais importantes em termos de segurança e protecção, mas por vezes nem lhe damos o devido valor por ser algo trivial.

Basta-nos reflectir um pouco para nos apercebermos da realidade, no caso de frequentarmos zonas de pedra acidentada, os pés sofrem pela irregularidade do piso, por consequência essa irregularidade irá reflectir-se nas nossas costas e coluna vertebral, originando o mau estar, podemos torcer ou partir um pé se não usarmos botas, escorregar se não escolhermos as características ideais das solas (borracha maleável q.b. com aderência), por exemplo se não nos preocuparmos consideravelmente com o calçado que usamos, isto poderá acontecer.

A utilização das botas de lona com sola de borracha fina e maleável é uma mais valia, já que para alem de nos proporcionar uma boa aderência em pisos irregulares, proporciona-nos uma boa escalada e descida em pedra e rocha, mas mesmo com estas deveremos ter em especial atenção os locais com limo, algas, barro, lama, zonas de talisca (pedra solta).

Quanto á utilização de botas de borracha (galochas) penso que toda a gente tem a noção do que isso implica em caso de queda ao mar, se não, pensem que no caso de queda ao mar com botas de borracha, desde que as mesmas metam um pouco de água (o que não é muito difícil), torna-se impossível retirar/descalçar as mesmas, já que o fenómeno vácuo ocorre, com o enchimento total de água nas mesmas, é como se tivéssemos dois tijolos amarrados aos pés a puxarem-nos para o fundo e contra isto ninguém consegue lutar.

A utilização de vadeadores somente em zonas de areia, e mesmo assim, em dias de mar forte, não nos devemos aproximar muito do mar, por causa dos enchios, podemos ser puxados para o mar ou cairmos, pois o mar em grandes extensões de areia tem muita força, basta uma reversa de uma onda ou o recuo da mesma à altura do joelho para derrubar ou causar o desequilíbrio num homem, isto em dias de mar forte é claro.


VISIBILIDADE:

A nossa visibilidade, seja ela de dia ou de noite, é algo que deveremos ter sempre em conta e prevenir, já que com essa prevenção poderemos evitar acidentes que decorram da falta da visibilidade, quer em nevoeiros ou neblinas matinais, quer em ambientes com pouca luz, isto é, nascimento ou pôr-do-sol.

A utilização de lentes ou o simples factor de aguardarmos mais uns minutos para efectuarmos a descida ou subida para um pesqueiro, poderá livrar-nos de situações de alguma perigosidade, tais como, escorregarmos numa zona de pedra solta, lama, ou limo, segurarmo-nos a pedras que estão pendentes nas falésias, tropeçarmos ou torcermos um pé em zonas acidentadas, em descidas ou planas de rocha, pedras roladas ou rebolos.

Para pescarmos ou frequentarmos zonas rochosas convêm termos um companheiro ou avisarmos alguém do local onde vamos, já que em locais destes somos confrontados com zonas de algum grau de perigosidade quer queiramos ou não, as zonas acima da linha de água ou ao nível desta são perigosas pela presença de limos e algas escorregadias, pelo factor de podermos ser surpreendidos pelo mar e sua ondulação, por frequentarmos pisos irregulares, formatos das pedras por vezes idênticos a objectos cortantes.


TRANSPORTE DE MATERIAL:

Qualquer técnica que pratiquemos no decorrer de uma jornada de pesca, nos é expressamente obrigatório a utilização de material, apetrechos, iscos, acrescentado ao nosso peso uma carga mais ou menos pesada consoante a técnica que vamos utilizar.
Cada vez mais o material é elaborado e estudado para que seja mais leve e resistente, facilitando as descidas e a movimentação nas mesmas.

A escolha de um bom equipamento (vulgo saco ou mochila) é uma vantagem para que tenhamos a consciência de que é imperativo quando de acessos mais difíceis ou descidas em falésias, que tenhamos as mãos livres para nos agarrarmos com segurança como forma de apoio. É claro que neste caso teremos de ter o cuidado de descer zonas de falésia de costas para o mar para que o volume de material que levamos as costas não nos empurre literalmente para baixo, uma vez que esse volume pode bater ou encalhar numa "solapa" de pedra numa descida.

Nas subidas e descidas também teremos de ter em conta a distancia das ponteiras das canas, uma vez que se as levarmos dentro de um saco ou mochila ás costas, as mesmas poderão, conforme a nossa posição, movimentação ou características das falésias nos causar o desequilíbrio apenas com um pequeno toque.

Trazer o material nas mão não é boa opção uma vez que nos ocupa as mão e nos causa desequilíbrio.
Como já referi o auxilio de uma corda é uma mais valia em termos de segurança porque nos liberta as mãos e nos auxilia como apoio nas descidas ou passagens para pesqueiros de difícil acesso.


TROVOADAS:

Em dias de trovoada, aquelas que vêem do mar para terra, são sem duvida as que mais condições em termos de capturas que me proporcionaram até hoje, a reacção que o peixe tem perante estes dias só me leva a crer que pressentem que o tempo vai mudar, encostam a terra para comer e afastam-se (a minha experiência), mas estes dias são muito perigosos para estarmos a utilizar canas de carbono, grafite e derivados, já que as mesmas são condutoras de electricidade por isso devem ser imediatamente recolhidas em caso de trovoadas que não esteja relativamente longe, quando a mesma está perto deveremos depois da recolher deita-las no chão na posição horizontal e afastarmo-nos relativamente delas.

Normalmente são trovoadas passageiras, o que nos permite depois da passagem que continuemos a nossa jornada, mas se as mesmas persistirem o mais indicado é mesmo escolher outro dia.

Pescar, mas em segurança!


Concelho de Odemira, nomes das zonas do litoral

Existe um inúmero nome onde é designado uma zona ou um local junto a uma faixa litoral de falésia ou praia.

O Concelho de Odemira como o maior do País, é de igual forma grande em nomes de zonas litorais, as angras (baías), as pontas, as furnas, as praias, os portos, as pedras, etc.

Para cada nome existe uma designação, fundamento ou característica que levaram a esse "baptismo", em seguida existe a relação dessas zonas de norte para sul abrangendo única e exclusivamente o Concelho de Odemira:

- Praia dos Aivados - Praia do Malhão - Recanto das Taínhas - Angra da Barrela
- Angra da Cerva - Angra do Ladoiro - Angra da Galhofa - Porto das Barcas
- Pedra da Foz - Praia das Furnas - Pedra da Atalaia
- Angra do Cozinhadoiro - Pedra dos Corvos - Ponta do Cavalo
- Praia do brejo Largo - Picos - Angra do Travasso
- Angra das Melancias - Foz dos Ouriços - Praia Grande
- Ponta da Ilha - Lapa das pombas - Escadinhas
- Entrada do Pau - Carreirões do Pulo - Cão
- Angra dos Mouros - Sardão - Pomba
- Santoleira - Pedra da Cerva - Furna dos Carneiros
- Ponta da Perceveira - Lavagueira - Praia do Tonel
- Espigão - Porto das Barcas - Baía da Samouqueira
- Pedras do Inferno - Praia da Zambujeira - Praia dos Alteirinhos
- Lombo do Asno - Praia do Carvalhal - Castelo Velho
- Carreiro Bravo - Porto das Barcas - Praia de Odeceixe

Nota: Existem um diverso e numeroso número de nomes de pesqueiros que estão nestas localizações, fazem parte dos mesmos ou estão em zonas limítrofes, estes nomes são os que denominam a zona litoral.

Ética lúdica

Os verdadeiros amante da pesca lúdica devem saber que integram e interagem com o meio natural, lado a lado com os outros seres vivos, sejam eles fauna ou flora, devendo por esse motivo, consolidar essa interacção da forma mais natural possível e preserva-la de forma geral.

Deveremos conhecer perfeitamente a nossa actividade, desde a forma como se desenrola a pratica, os exemplares que acabam por ser as nossas presas, as relações que se estabelecem com o meio ambiente pela interacção do homem / ambiente / fauna / flora e as leis que o regem, que bem ou mal existem para serem cumpridas.

Teremos de ter consciência do impacto que exercemos, seja pequeno ou grande, o homem altera sempre o meio ambiente e as espécies por si só sempre que entra em interacção com ele, o simples facto de procurarmos integrar, de uma forma sustentável, com esse meio e as espécies leva-nos a tentar minimizar esse impacto e preservando o meio ambiente e os outros seres, como a si próprio, uma vez que fazemos parte desse meio como frequentador.

O verdadeiro pescador lúdico não deve em forma alguma destruir, deve limitar-se a pescar, isto é conseguído quando se selecciona as espécies por tamanhos ou quantidades, preservando e protegendo hoje para que amanha possamos usufruir da mesma forma que o fazemos hoje.

Deveremos proteger e respeita todas as espécies, mas acima de tudo as espécies raras ou ameaçados de extinção, que por sua vez já estão bastante debilitadas em termos de número de efectivos.

O verdadeiro amante da pesca lúdica tenta consciencializar-se ao máximo dos conceitos, espécies, conhecimentos, factores relevantes da sua actividade lúdica, etc, em suma, tenta reunir o máximo de informação possível para que esta actividade seja desenvolvida da correcta forma.

O pescador lúdico divulga as suas experiências, como meio de sensibilização e divulgação da modalidade, defesa do ambiente e dos recursos marinhos, preservando no presente para ter no futuro.

Teremos a obrigação de respeita o defeso, natural, legais ou outros, que por si só comprovam o nosso civismo perante a natureza e as espécies que são o nosso alvo.

Deveremos pesca os exemplares maiores, os adultos que já cumpriram as suas funções naturais, de reprodução e manutenção da espécie ou de defesa, alimentação de outras espécies que estejam no patamar acima da cadeia alimentar, controladores/predadores de espécies.

Deveremos ser generoso na vitória, não devemos maltratar nem despreza as nossas capturas, pois merecem e merecerão sempre o nosso respeito, por outro lado deveremos minimizar o sofrimento dessas mesmas espécies e não as devemos deixar no sofrimento ou no sufoco.

Não devemos exibe pescarias nem propagar feitos, reais ou imaginários.

Deverá utilizar o equipamento da melhor forma possível não saído da finalidade ao qual o mesmo equipamento foi concebido para a pratica, devendo com tudo ser honesto e agir com civismo quer para consigo próprio, com os outros amantes da modalidade, mas fundamentalmente deverá agir de boa fé para com as espécies, sejam elas bons troféus ou presas de menor qualidade.

Tem consciência que no mar nunca é demais a ajuda, porque é um ambiente de riscos de vária ordem que quer a receber ou a dar, qualquer ajuda será bem vinda, pois no mar qualquer tipo de solidariedade é necessário.