Pescar “fino” no mar: Para aumentar o nosso prazer.



Qualquer forma de pesca ou técnica da mesma deverá ser equilibrada, quando se diz equilibrada, fala-se do equipamento que está ou não em consonância com o tamanho e a força dos peixes que se tentam capturar. Este não é um assunto trivial, especialmente quando sabemos que a grande maioria dos peixes no mar estão capturados com equipamentos que não ajustam ás suas dimensões reduzidas.

Desta forma estamos a desperdiçar o potencial quando não obteremos o benefício que o mesmo material tinha podido nos fornecer. Mais muito bem nós pescamos, poderíamos apreciar cada mordida, cada luta, cada sensação de adrenalina nas extremidades da linha, ponto de equilíbrio e tensão de duas espécies. Pescar, por exemplo, exemplares reduzidos em tamanho e peso, com uma cana de acção forte, uma chumbada de 100/150 gramas, uma seda na ordem dos 0.40 mm, transforma-se literalmente numa pesca de arrasto. Infelizmente, a grande maioria dos pequenos exemplares são capturados desta forma. Então, que satisfação podemos tirar desta forma? Estes peixes modestos de cores magníficas, seres de formas variadas consoante a espécie, pouco sem dúvida. É preferível perde um peixe que exceda as dimensões do nosso equipamento, isto é pescar com linhas de dimensões reduzidas, e que nos dê algum prazer estarmos a trabalhar um peixe com algum cuidado e dedicação, onde ao mínimo erro estamos a dar hipótese de fuga ao mesmo, do que, literalmente estarmos a “rebocar” o mesmo até terra.



Por um lado se observarmos ou pensarmos um pouco sobre a prática da pesca com mosca nos rios interiores, observamos que é uma pratica e técnica que recai na utilização de equipamentos “ultra-ligeiros”, quanto a mim a verdadeira pesca desportiva, não tenho grandes conhecimentos dentro desta pratica mas reconheço a dedicação, o conhecimento e a luta que estes pescadores obtêm em cada captura que fazem.

Se existe um pescador que diz levar a vida a apanhar pequenos peixes e usa canas finíssimas de acção parabólica e sedas de menos do 0.20. É um pescador grande, que faz o exame ao longo do tempo que pesca, podendo sem mais nem menos atingir uma dita perfeição pela pratica, e ao fim de um tempo se perdeu alguns bons exemplares, essa mesma prática irá dar-lhe consistência para que comece a capturar esses exemplares de bom porte, através da calma, dedicação e usufruto do material que é detentor, este pescador atinge sem duvida a essência da pesca e retira dela todo o prazer da mesma.



Então podemos afirmar que a pesca com equipamentos ligeiros é o que mais prazer nos dá, e eu não sou ninguém para duvidar disso. Talvez defenda que o termo intermédio de material seja uma mais valia para quem pesca no mar, mas como diz a celebre frase, “no meio está a virtude”. Invariavelmente a pesca no mar pressupõe estarmos a utilizar um equipamento que por vezes não se adequa á realidade que somos presenteados, isto é, por vezes temos lutas com exemplares que são “demais” para o equipamento que estamos a utilizar, e aqui entra outra máxima “quem vai para o mar, havia-se em terra” e é essa busca constante pelos peixes de bom porte que nos obrigam a utilizar as montagens ou equipamentos sobre dimensionados para a maioria das espécies que capturamos na realidade. O resultado é que assim que nos apercebemos da ferragem, não damos a mínima hipótese ao peixe, e limitamos-nos a rebocar o peixe até nós, com o "drag" fechado ou manivela travada e à velocidade de cruzeiro que permite ao poderoso carreto rebocar o exemplar, como se trouxe um peso inoperante, ou somente o peso de uma chumbada.



Não é muito difícil vermos pescadores a utilizar grandes quantidades de chumbo, quando a maioria das espécies que capturam não ultrapassa as mesmas gramagens que o chumbo que estão a utilizar.
Claro esta, que estamos sempre a pensar que a toda a hora poderemos ser brindados com aquele exemplar de 5 ou 10 kg e aí deveríamos estar preparados. Mas infelizmente não é bem assim, isto é esse peixe de 5 ou 10 kg não existe, e quando existe das duas uma ou sabemos trabalha-lo (mesmo com material ligeiro) e nos dá um gozo enorme ou quando se ferra, e sem sabermos bem como parte a seda e lá parte no caminho da liberdade. Talvez seja uma utopia mas a verdadeira essência da pesca esta nestes pormenores.
Assim o mais inteligente será aceitarmos a realidade e tentarmos retirar o maior prazer de cada peixe (com medidas) que se interessam pelo nosso isco, dependendo das características ligeiras do material que estamos a utilizar, e salvaguardando mesmo uma ínfima mesmo que reduzida, hipótese de fuga do peixe.



Felizmente, cada vez mais, as técnicas utilizadas pelos pescadores de mar têm sido refinadas, a culpa é sem dúvida do desenvolvimento e aparecimento de equipamentos e material de vanguarda e ultima tecnologia.
Se reflectirmos um pouco, há uma dezena de anos poucas canas telescópicas existiam, era o império das varas de "canelon", dos Rocha, Ban, Sofi, etc, o desenvolvimento da industria trouxe as canas telescópicas, que para alem de serem fáceis de transportar, quando comparadas com as “primas” varas, vieram assegurar a maior facilidade e minimizar problemas de quedas e por vezes até de morte que as mesmas nos poderiam oferecer, já que em termos de descida de arribas as mesmas não nos ajudavam em nada.

Sem querer entrar por caminhos tendenciosos poderemos adquirir a um preço bastante económico, apesar de os materiais de ultima geração nos fornecerem bastantes mais benefícios, e nas mãos de um pescador com alguma experiência, esses benefícios irão vir ao de cima, tornando-se uma ferramenta vantajosa na sensibilidade ao toque do peixe, na leveza da sua construção e fiabilidade do material.
Este material nas mãos de um pescador que poucas vezes se dedica a uma saída para o mar não tem significado aparente, já que entre o material de vanguarda e o mais barato apenas irá sentir a notória diferença do preço e peso.
Não é o material que apanha o peixe, é o pescador, o material apenas auxilia na captura e no bem-estar de quem o utiliza.



O mesmo podemos dizer do carreto: por muitos rolamentos que tenha, sistemas de "anti-rolling", tenha freio preciso e progressivo, etc, a maioria dos carretos de mar comercializam-se por um preço razoável, cumprem a sua finalidade perfeitamente, nem nós necessitamos armazenar mais de 200 metros de seda na bobine, nem esse pesa algumas gramas menos, especialmente quando nós estamos pescando ao spinning ou bóia por exemplo.
No que diz respeito aos nylons/multifilamentos é aconselhável usar algum que nos ofereçam determinada confiança, (talvez aqui esteja o ponto fulcral ou o ponto de equilíbrio entre duas espécies, o pescador e o exemplar), que não torça demasiado (poderemos sempre utilizar um destroçedor que minimiza este efeito) e com uma resistência à abrasão. Mas, deveremos escolher fios com um diâmetro relativamente fino e com carga de ruptura a pesos consideráveis, tipo que se assemelhem com a s capturas que poderemos fazer.
O mais seguro para os pescadores peritos, que necessitam às vezes de benefícios excepcionais, é a aquisição dos monofilamentos disponíveis no mercado com um diâmetro entre os 0.18 e os 0.30, serão mais que do que suficientes para pescas embarcadas, spinning, buldo.

Reflexão

Cação

Um cação apanhado por pescadores da Zambujeira do Mar há umas boas dezenas de anos atrás, a pesca artesanal no seu expoente máxima.

Capitanias e áreas de jurisdição

CAPITANIAS DO CONTINENTE


Lista publicada no anexo I do Decreto Lei nº265/72 de 31 de Julho.


www.igf.min-financas.pt/upload/membro.id/paginas_externas/inf_legal/
bd_igf/bd_legis_geral/leg_geral_docs/DL_265_72.htm

Ficando assim as Capitanias ordenadas de Norte para Sul do País:



CAMINHA - Desde a foz do rio Minho (fronteira com Espanha) até ao Forte do Cão, incluíndo as águas interiores não marítimas do rio Minho, desde a foz até ao rio Trancoso.



VIANA DO CASTELO - Desde o Forte do Cão até à foz do rio Alto, incluíndo as águas interiores não marítimas do rio Lima, desde a foz até à linha que une a torre da Igreja da Vila Nau à torre da Igreja de Santa Maria de Moreira do Gerez e o rio Cávado, desde a foz até á primeira ponte.



PÓVOA DO VARZIM - Desde a foz do rio Alto até ao molhe sul do porto da Póvoa de Varzim.



VILA DO CONDE - Desde o molhe sul do porto da Póvoa de Varzim até à foz do rio Donda, incluíndo as águas interiores não marítimas do rio Ave até ao primeiro açude.



LEIXÕES - Desde a foz do rio Donda até ao cais de Carreiros.



DOURO - Desde o cais de Carreiros até ao Monte Negro a sul da praia de Cortegaça, incluíndo as águas interiores não marítimas do rio Douro desde a foz até á barragem do Carrapatelo.



AVEIRO - Desde o Monte Negro a sul da praia de Cortegaça até à margem sul da lagoa de Mira, incluíndo as águas interiores não marítimas da Ria de Aveiro e do rio Vouga, até à ponte do comboio.



FIGUEIRA DA FOZ - Desde a margem sul da lagoa de Mira até à foz da ribeira que se situa entre Pedrogão e a povoação de Casal Ventoso, incluíndo as águas interiores não marítimas do rio Mondego e rio Lavros, desde a foz e além da sua confluência, até ao paralelo da marca do pontão.



NAZARÉ - Desde a foz da ribeira que se situa entre o Pedrógão e a povoação de Casal Ventoso até à Pirâmide do Bouro, incluindo as águas interiores não marítimas da Concha da Baia de São Martinho do Porto, incluindo o rio Vau até à ponte de passagem de Salir.



PENICHE - Desde a Pirâmide do Bouro até à Ponta da Foz, incluíndo as Ilhas das Berlengas e as águas interiores não marítimas da Lagoa de Óbidos.



CASCAIS - Desde a Ponta da Foz até à Torre de São Julião da Barra.



LISBOA - Desde a Torre de São Julião da Barra, até à margem norte da Lagoa de Albufeira, incluíndo as águas interiores não marítimas do rio Tejo, incluíndo os seus braços, desde a foz até Vila Franca de Xira, rio Sorraia, até à linha tirada da Pirâmide do Mouchão e da Cabra e rio Coina, até à Ponte.



SETÚBAL - Desde a margem norte das Lagoa de Albufeira até à foz da Ribeira das Fontaínhas, incluíndo as águas interiores não marítimas da Lagoa de Albufeira, do rio Sado, desde a foz até ponte de Alcácer do Sal e rio Marateca, até ao Zambujal.



SINES - Desde a foz da Ribeira das Fontaínhas até à foz da Ribeira de Seixe, incluíndo as águas interiores não marítimas do rio Mira, até a linha tirada do Casal de D. Soeiro.



LAGOS - Desde a foz da Ribeira de Seixe até à margem oeste do Rio de Alvor, incluíndo as águas interiores não marítimas do rio Aljesur, até 3 km da foz e ribeira de Bensafrim até à ponte.



PORTIMÃO - Desde a margem oeste do rio de Alvor até à foz da Ribeira de Quarteira, incluíndo as águas interiores não marítimas do Rio de Alvor e seus braços, rio Arade até Silves, rio Odelouca até à ponte, Ribeira de Boina até ao Porto, Ribeira do Farelo até ao Poço de Fuzeiro, Ribeira de Odiáxere até Vale de Lama.



FARO - Desde a foz da Ribeira de Quarteira até à Barra artificial do porto comum Faro-Olhão, incluíndo as águas interiores não marítimas da Ria de Faro e seus canais.



OLHÃO - Desde a Barra artificial do porto comum Faro-Olhão até ao Meridiano da Capela de Nossa Senhora do Livramento, incluíndo as águas interiores não marítimas da Ria de Olhão e seus canais, até à torre de Aires.



TAVIRA - Desde o meridiano da Capela de Nossa Senhora do Livramento até ao meridiano da igreja da Cacela, incluíndo as águas interiores não marítimas da Ria de Tavira, desde a Torre de Aires à barra de Cacela, esteiro e Rio de Tavira, desde a foz até à ponte do Caminho de Ferro.



VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO - Desde o meridiano da igreja da Cacela até à foz do rio Guadiana (Fronteira com Espanha), incluíndo as águas interiores não marítimas do rio Guadiana até ao primeiro açude, a norte de Mértola, esteiro da Carrasqueira, até à estrada para Castro Marim, esteiro da Lezíria, até à estrada para Castro Marim, esteiro de Castro Marim, até ao Forte do Registo e esteiro de São Francisco, em toda a sua extensão.


No total de 20 Capitanias distribuídas por a faixa litoral do território de portugal continental.

Camarão da costa



Este crustáceo recorda-nos um gigante de cabeça em forma de serra. Vive na zona entre marés, sob a protecção da flora existente e das fendas que encontram entre as pedras do fundo.
À noite procura alimento e é bastante mais activo.
Podemos captura-lo com o auxilio de uma camaroeiro, naças feitas para esta espécie, ou cestas similares a outras espécies de marisco, terão de estar preparadas contudo com malhas mais finas de modo a que os camarões não escapem pelos orifícios das mesmas.
É uma espécie muito apreciada pela qualidade e sabor da sua carne e o seu enorme valor culinário, razão porque é perseguído pela pesca profissional e amadora.
O camarão é uma óptima isca para a pesca de sargos, douradas, safias, robalos.
Será como é óbvio umas das melhores iscas para a pesca que nós podemos usar na pesca litoral costeira, já que fazem parte da dieta diária de muitas espécies piscícolas que frequentam estas zonas em busca dos mesmos quando estes encostam mais a terra para a reprodução.
Facilmente podemos apanhar alguns nas poças que ficam ao descoberto da maré vazia, juntarmos algumas algas aos mesmos de modo a conserva-los com a humidade que necessitam, para que tenhamos uma excelente isca viva pronta a proporcionar boas capturas.
Na falta de melhor, facilmente se adquirem em super mercados ou lojas de pesca congelados.
Poderemos utilizá-los durante todo o ano, mas é na altura da transição das águas frias de inverno para as mais quentes que nos dá melhores resultados a utilização desta isca.